CLXV
Textos sobre Psicologia
O Prazer do Eu e a Lei
do Pêndulo
Um dos motivos de hoje estarmos vivos,
é termos este aprendizado dos infinitos mistérios que
tem a vida e a natureza tanto interna como externa. Não podemos
negar que a vida é algo que tem uma infinita sabedoria.
Para nós não há valor em julgar
as demais pessoas, nada ganhamos em prestar atenção
e conhecer a natureza dos demais, isto só gera conflitos e
dor. O Que tem suma validade para uma pessoa é conhecer-se
a si mesma.
Quando a pessoa conhece a si mesma, quando não fantasia ou
tenta impor seus conceitos sobre a realidade, ela realmente tem condições
de trabalhar sobre si mesma.
Este trabalho interno, estas modificações íntimas,
são as ações que tem valor, pois sai dos extremos
e da prisão que estamos postos.
Ninguém é livre, e não é
raro ver que em muito pouco tempo o que é bom torna-se mal,
e o que é mal torna-se bom.
Há uma força, que denominamos "Lei do Pêndulo"
no gnosticismo, que é uma força que nos faz vivenciar
estes extremos opostos na vida.
Assim uma pessoa pode ser muito espiritual, muito atraída pelo
caminho em um momento, logo vem esta força e seja por um evento
da vida, uma reflexão de forma errada e esta pessoa torna-se
um inimigo do eterno e lança-se a caminhos contrários.
Assim em outro momento esta pessoa pode voltar-se a espiritualidade,
e achar que vai bem, enquanto na verdade está apenas seguindo
esta recorrência de viver nos opostos.
As pessoas em geral, todos nós, vivemos da alegria
a tristeza, do prazer a dor e estamos presos nestes extremos e nesta
dualidade infinita que nos atrai sucessivamente de um lado a outro.
Por isto que os sábios afirmam que precisamos
conhecer a nós mesmos. Até mesmo reconhecer este cárcere
que estamos metidos. Saber que muito do que fazemos, ainda que pareça
"divino" não é mais do que este impulso mecânico
da natureza, tal como são as leis de evolução
e involução.
Se estudamos a fundo o EU Psicológico, se buscamos
conhecer sua natureza e seus instintos mais básicos, vamos
ver que todo seu impulso de vida, tem por base o Prazer.
Cada cabeça de Legião, cada um dos pecados capitais,
se sustenta em um atributo negativo, cujo impulso mais íntimo
é o Prazer.
A Luxúria é a busca do prazer sexual. A Cada limite
que chegue uma perversidade sexual, esta se multiplica gerando assim
novos delitos sexuais em busca de prazer e mais prazer.
A Gula, em seu aspecto tanto alimentar como de acúmulos, tem
por base exatamente o prazer que se tem, seja de saborear excessivamente
o alimento, até fartar-se de tanto ingerir algo.
Vemos que há uma complicação e uma multiplicação
desta busca por prazer, porque uma vez saciado o defeito em algum
aspecto, este cresce em força, tamanho e expressão,
de forma a continuar buscando por novos prazeres dentro do que seja
a sua natureza.
A Própria Ira podemos ver que é o resultado
do prazer. A Ira é provocada pelo prazer de fazer cumprir a
vontade de cada um, de ser superior aos demais, de tiranizar, de mandar.
A Preguiça bem conhecida de todos nós, busca o prazer
de não fazer nada, da inércia.
Assim poderíamos listar todos os sete pecados
capitais e até mesmo detalhar esta progressão que faz
o Eu na criação de seu império dentro de nós.
Estes defeitos principais, estes sete pecados capitais,
apóiam entre si, ao mesmo tempo lutam entre si pela supremacia
dentro do indivíduo.
Se tomamos por exemplo a Luxúria e a Ira, vemos
que pode que surja algum tipo de Masoquismo-Sexual... Da mesma forma
se juntamos o Orgulho e a Ira, surgirá um eu de Suprema Tirania,
capaz dos delitos mais severos e terríveis.
Da mesma forma podemos ver que apesar dos Eus procriarem-se
entre si, se apoiarem e se sustentarem, muitas vezes quando uma cabeça
de Legião toma "o mando", muitos Eus acabam lutando
uns contra os outros.
Para a Luxúria a preguiça pode algumas vezes (algumas
expressões da mesma) ser um inimigo, assim como para a Luxúria
a Gula pode tornar-se um inimigo.
Vejam que muitas pessoas que tem por traço a Luxúria,
buscam ter corpos "perfeitos" para o prazer e com isto vemos
que a inércia assim como o excesso de alimentos, tornam-se
inimigos.
Não está mal olhar o mundo para buscar dentro de nós
estas forças e compreender o mal que levamos dentro. Jamais
poderíamos julgar a outro, porque da noite para o dia poderíamos
sofrer do mesmo mal, não estamos livres disto.
A Pessoa tende a pensar de si sempre o melhor, e não
estamos dizendo que não devemos ter esperança, fé,
senão que temos de reconhecer quem realmente somos, nossa atual
realidade, para poder chegar a ter um futuro valoroso. Mas tudo isto
encontra-se neste presente momento, nesta busca por compreender e
por conhecer a nós mesmos.
Nem tudo a pessoa é capaz de compreender e eliminar da noite
para o dia. Há de se ter paciência e perseverar dia após
dia. Há uma frase popular que diz: "Se estamos no inferno,
abracemos o capeta", e infelizmente é por este tipo de
mentalidade que a grande maioria abandona os valores que tem, por
conta de alguns aspectos que ainda não consegue resolver.
Há sempre momentos difíceis tanto a nível de
humanidade como a nível de pessoa, e nestes momentos temos
de nos manter firmes, dentro daquilo que já conquistamos e
que de verdade já pertence a consciência, ao Ser.
15/05/14
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