CLXV
Textos sobre Psicologia
O Trabalho Progressivo
Tudo na vida tem uma progressão
muito exata, nada dá saltos, tudo desabrocha, cresce naturalmente.
Muitas pessoas ao tomarem conhecimento destes estudos esotéricos,
querem da noite para o dia sustentar uma linha de trabalhos ao qual
não são capazes de realizar e o resultado é o
desânimo, a incapacidade de cumprir com o planejado e o fracasso.
Quando tomamos conhecimento dos ensinamentos de tipo
Espiritual (Relativos a Revolução da Consciência),
o normal é que tudo isto cause um choque de tipo positivo em
nossa consciência e nos faça ver o quão mal vamos,
o quão errados estamos...
Este choque provoca uma súbita busca por mudança, mas
o que normalmente ocorre é que as pessoas assumem uma postura
impossível de sustentar, não mudaram realmente em seu
âmago, não compreenderam de verdade o ensinamento e tentam
da noite para o dia de Profanos transformarem-se em Mestres.
Cada prática, cada vivência, requer aprendizado,
esforço, uma progressão muito exata e muito perfeita
dentro do que é a possibilidade de cada pessoa.
Por isto que é ineficáz dizer para alguém que
deve meditar uma hora por dia, ou três horas por dia, sendo
que ela não tem ainda as condições para chegar
até uma meditação profunda. O Ideal é
que pratique, que vá até aonde lhe é possível,
e se sente que fez o bastante, bem, é o bastante para aquele
dia.
Normalmente violamos a natureza em tudo, sempre vamos
muito além dos limites e esta violação gera consequências
graves.
Uma pessoa até poderia chegar a vocalizar duas, três
horas por dia, se assim se propusesse, o problema é querer
de um instante para outro cumprir com esta prática, sem uma
preparação, sem um avanço gradual.
Nós temos frações de nossa Consciência
que sabem, que nos dizem, que determinam nossos limites a cada momento,
e por este impulso devemos aprender a nos guiar, pois é o reflexo
daquilo que temos de Divino e que busca nos elevar espiritualmente.
Não precisamos ser pescadores para entender o motivo pelo qual
o pescador sabiamente em um instante puxa a linha, e em outro a solta
um pouco, que em um instante faz uso da firmeza em outro da delicadeza.
É óbvio que perderíamos o peixe se não
soubéssemos fazer uso deste trabalho gradual, quando se mostra
necessário. Ao puxar demais, arrebentaria a linha ou então
rasgaria o próprio peixe aonde foi fisgado, ao soltar demais
o mesmo se livraria do anzol ou tornaria impossível sua captura.
Nestes avanços internos requer que utilizemos
desta mesma técnica, respeitar nossos limites a cada momento,
saber praticar o suficiente para sentir que avançamos mais
além de nosso limte, mas não forçar demais para
que isto seja danoso para nossa caminhada.
Somente compreendendo e exercendo isto, é que se faz possível
realizar tudo que nos cabe realizar, porque cada pessoa tem um limite,
tem já vivências e experiências, limites próprios
que são adquiridos ao longo de diversas existências.
Então não temos que jamais nos comparar com os demais,
que porque alguém faz de tal ou qual maneira, ou sustenta por
tanto tempo algo, que nós também devemos lhe imitar
o exemplo.
Claro que fica "o exemplo" de que é possível,
e que se outra pessoa faz, é porque também poderemos,
que é o caminho... mas temos de compreender aquilo que hoje
somos, e lutar por gradualmente ir rompendo estas barreiras íntimas,
avançando gradualmente e positivamente até sermos capazes
de sustentar sejam os estados de consciência, sejam as práticas
esotéricas, o tempo que sejam necessárias.
Não estou aqui dizendo que não temos de ser exigentes
para com nós mesmos, certamente temos de ser exigentes, de
saber não relevar mais além desta necessidade que existe
desta progressão natural. Até porque é muito
fácil atuarem forças de inécrcia, de divagação
mental, etc., e nos fazer crer que estamos exercendo na verdade esta
progressão enquanto na verdade estamos estancados por conta
de falhas psicológicas que nos impedem de avançar.
13/08/14
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